Instituto Ecofuturo relança campanha Eu Quero Minha Biblioteca, em defesa da biblioteca dentro da escola

domingo, 27 de abril de 2014
Divulgue o projeto 'Eu quero minha biblioteca
Dados do Censo Escolar mostram que 66,3% da escolas brasileiras, públicas e privadas, não tinham, em 2011, biblioteca. O levantamento, que considerou todos os tipos de ensino, incluindo educação profissionalizante e especial, também revelou que as instituições que atendiam crianças na educação infantil (antiga pré-escola) e no ensino fundamental (1.º ao 9.º ano) eram as que tinham menos bibliotecas. Naquele ano, apenas 26,7% das escolas de educação infantil e 35,7% das de ensino fundamental possuíam tal equipamento.

Os números, compilados pelo Movimento Todos Pela Educação na época em que foram divulgados, estão um pouco desatualizados, mas dão a dimensão do problema. Em 2011, pouco mais de 1/4 das escolas do Brasil que atendiam crianças de até 6 anos tinham biblioteca. No ensino fundamental, a situação é um pouquinho melhor, mas também dramática. Justamente no período em que as crianças estão abertas para a leitura, elas têm pouco acesso aos livros e às atividades que hoje as boas bibliotecas proporcionam. E crianças e adolescentes que não leem dificilmente se transformam em adultos leitores. Pesquisa divulgada pelo Instituto Pró-Livro em 2011 apontava que, entre os 190,7 milhões de habitantes do Brasil (IBGE), apenas 71,9 milhões eram considerados leitores, isto é, tinham lido nos últimos três meses um livro inteiro ou apenas fragmentos dele.

Na luta contra este quadro, o Instituto Ecofuturo acaba de relançar a campanha Eu Quero Minha Biblioteca. O objetivo é fazer valer a Lei 12.244/10, que determina que todas as escolas públicas e privadas do País tenham ao menos uma biblioteca, com, no mínimo, um título para cada aluno matriculado. O prazo para que a lei seja cumprida é 2020 – dez anos contatos a partir de sua assinatura.

“Criamos uma campanha mais inspiradora para mobilizar a população em torno do tema. Quase 90% dos municípios brasileiros não têm livraria e contam com pouquíssimas bibliotecas públicas. Precisamos compartilhar o valor da biblioteca, que deveria ser um importante lugar de leitura e de encontros entre autores e leitores”, afirma Christiane Castilho Fontelles, diretora de Educação e Cultura do Instituto Ecofuturo.

No site Eu Quero Minha Biblioteca há uma espaço para o cidadão informar o município e a escola que precisam de uma biblioteca pública. A ideia é mapear a demanda no Brasil. O site ajuda na mobilização da escola e da comunidade e mostra o papel do diretor da instituição e da Secretaria Municipal de Educação na obtenção de recursos junto ao governo federal. “Falamos muito em educação, mas pouco em bibliotecas. O Brasil precisa entender o valor social da biblioteca. E estamos em um ano estratégico por causa das eleições”, defende Christiane.

No site, o Ecofuturo lista os bons motivos para se ter uma biblioteca na escola: é o principal meio de acesso gratuito ao livro de literatura; é grande amiga do projeto pedagógico da escola; causa impacto positivo no rendimento escolar; aumenta o nível de proficiência em leitura; fortalece a habilidade de escrita e argumentação; proporciona a leitura de literatura, favorecendo o desenvolvimento de competências atitudinais, como aprender a aprender, cooperação, solidariedade, cuidado, tolerância e criatividade; incrementa a capacidade de análise crítica; e muitas outras.

Iniciativa do Instituto Ecofuturo, a campanha Eu Quero Minha Biblioteca tem o apoio da Academia Brasileira de Letras, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), do Movimento Brasil Literário, do Movimento Todos Pela Educação, do Instituto Ayrton Senna, do Instituto C&A, do ICE Brasil, do Conselho Federal de Biblioteconomia e da Rede Marista de Solidariedade.

Fonte: Estadao

0 comentários:

Postar um comentário