CUIDADOS NA BIBLIOTECA!

segunda-feira, 1 de julho de 2013
CUIDADOS NA BIBLIOTECA

    As bibliotecas apesar de há muito serem vistas como templos majestosos e imponentes, carregam consigo uma fragilidade imensa no que diz respeito à conservação, principalmente de suas obras. Como disse o poeta alemão Heinrich Heine "Aqueles que queimam livros, acabam cedo ou tarde por queimar homens”.
    A deteorização de livros ou qualquer outro material que esteja sob a guarda das bibliotecas é a destruição de pensamentos, idéias, do conhecimento humano, que foi registrado em um suporte justamente com o propósito de se perpetuar, de durar, de servir ao futuro. Usuários entendam: a preocupação com a organização e conservação do acervo não é mera chatice bibliotecária! O autor quando idealiza sua obra a tem como um “tesouro”, uma vitória concretizada e não cabe a ninguém destruir uma criação.
    Pensando nisso compartilharei aqui algumas informações sobre essa temática, com base nas publicações elaboradas pelo Projeto de Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos (CPBA), idealizado em 1994 por um grupo de trabalho de instituições nacionais e internacionais, preocupadas com a conservação nesses ambientes, aqui apoiadas pela Fundação Getúlio Vargas e o Arquivo Nacional. São 53 cadernos voltados para o tema, disponíveis na página do projeto:< http://www.arqsp.org.br/cpba/>.
    São várias as ameaças a que estão sujeitas as bibliotecas: inundações, incêndios, terremotos, pragas, vandalismo e a solução mais adequada a todas elas é, sem dúvida, a prevenção. O que se propõe pelos especialistas é que a biblioteca tenha uma equipe responsável pelo planejamento de emergência e de cuidados na biblioteca, que se preocupe com a prevenção dessas ameaças.
    Deve-se identificar e listar os diversos riscos sujeitos a biblioteca, tanto em relação à estrutura física, prédio, como ao acervo, como riscos geográficos, detectar a vulnerabilidade do local de construção da biblioteca, que problemas podem ser gerados pela má qualidade do terreno; riscos climáticos, a região em que se localiza a biblioteca é sujeita a terremotos, tempestades; falta de energia, água, etc; verificar as instalações elétricas, hidráulicas, presença de extintores, saídas de emergência. 
    Há também os diversos males que atingem os acervos, como mofos, insetos, deve-se pensar em controle umidade, circulação de ar, limpeza, sem falar em roubos e mau uso pelos usuários das obras. Enfim, todos os riscos devem ser pensados pela equipe, que deve se perguntar: nossa biblioteca está preparada para enfrentar essas ameaças?

    A partir dai é preciso partir para planos concretos que traga todas as ameaças; as soluções pensadas tanto a curto, como em longo prazo; orçamento e recursos necessário para a implementação das soluções, recursos; medidas de segurança, bem como os responsáveis por esse processo dentro da instituição. É indispensável também definir as prioridades, quais os riscos mais eminentes. O caderno 38: Considerações sobre preservação na construção e reforma de bibliotecas: planejamento para preservação - Michael Trinkley traz recomendações detalhadas para lidar com todos esses riscos.
    Não se podem esquecer cuidados básicos que podem ser realizados a curo prazo, como limpeza da biblioteca, conscientização de usuários e funcionários, que também devem ser treinados para estes cuidados e no uso de instrumentos de segurança. Deve-se sempre ter em mente a importância do material que está sob a guarda das bibliotecas, não são apenas materiais armazenados, são fontes de informação, de conhecimento. Perder um livro, é perder uma ideia!

Ana Paula Lopes

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