MÁ INFORMAÇÃO X NÃO INFORMAÇÃO

domingo, 20 de outubro de 2013
[cartum-informacao.jpg]    Ouvi certa vez que a má informação pode ser mais devastadora que a não informação! E tenho de concordar! Aliás, todo bibliotecário deve ter em mente essa questão, o usuário precisa de informação sim, mas não qualquer informação e sim aquela selecionada, de qualidade. E onde está a má informação? Está em todos os lugares, em publicações impressas, no meio digital, “nas nuvens” e em grande quantidade, e ai está um dos grandes problemas, o escritor Umberto Eco coloca que “a imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal”.

    “Informação demais, faz mal”? Sim, informação pode fazer mal. É um pouco angustiador pensar desta forma, sendo que muito se prega sobre a necessidade de acesso à informação, ao conhecimento, principalmente pelo aspecto biblioteconômico, há uma constante busca em aumentar os acervos, agregar-se ao meio digital, enfim aumentar a informação disponibilizada. Aumenta-se a informação, mas não se constitui o conhecimento, aquilo que fica gravado e que servirá para seu trabalho, para sua vida. Isso é o legado deixado pela má e exagerada informação que os diversos meios de comunicação nos proporcionam e sobre isso Umberto Eco Coloca que “quando não lembramos o que aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é selecionar”.

    Em meio à avalanche informacional que recebemos diariamente é fundamental este “corte”, é preciso refletir e planejar que tipo de informação nos será útil, do qual contribuirá em nosso trabalho, em nossos estudos, projetos, crescimento pessoal ou a demais objetivos que se tenha.  Quando Umberto Eco fala de má informação, ele foca diretamente a internet, para ele: “a internet não seleciona a informação. Há de tudo por lá [...] A internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia [...]”. 

    Certamente a internet da forma como evolui hoje é um ambiente perigoso, mas também cheio de informação de qualidade, é preciso focar, “cortar” o desnecessário, selecionar e não se deixar enveredar pelos caminhos “selvagens” que a internet nos oferece ou não conseguiremos lidar com a quantidade de dados, que por sua vez não se constituirão em informação e muito menos em conhecimento.

Ana Paula Lopes

VEJA: 
Umberto Eco: "Informação demais faz mal"
O escritor italiano diz que a internet é perigosa para o ignorante e útil para o sábio – ela não filtra o conhecimento e congestiona a memória do usuário. Disponível em:<http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2013/07/bumberto-ecob-informacao-demais-faz-mal.html>.

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