
Agora imaginem se estas mesmas histórias, escritas de maneira tão intrigante e que já formam uma legião de fãs em todo o mundo, pudessem ser contadas nas escolas, em projetos sociais em hospitais, entidades voltadas para o trabalho filantrópico com crianças carentes e até mesmo para crianças que ainda não foram alfabetizadas! Com certeza o poder do pequeno bruxo Harry Potter seria multiplicado em muitas vezes, tornando as suas histórias ainda mais conhecidas e unindo mais crianças em torno do gosto pela leitura e desenvolvendo o seu aprendizado mais rapidamente. Imaginem o quanto poderia ser ensinado sobre geografia através da história de Iracema, de José de Alencar, cativando interesse das crianças sobre a nossa fauna e sobre a história dos índios no Brasil. As opções de aprendizado através do entretenimento propiciado pela técnica pedagógica do uso da hora do conto são intermináveis. Ao bibliotecário escolar, cabe utilizar esse recurso na sua biblioteca e aproveitar ao máximo o espaço e os recursos que conseguir reunir para elucidar as histórias contadas. Não é necessário ser nenhum ator para contar histórias, mas ter o mínimo de compaixão pelas crianças e se identificar com o interesse delas e alegria despertada pela leitura, mas isto deve ser muito natural para o profissional que escolher o ambiente escolar como local de trabalho, uma vez que os seus usuários serão predominantemente, crianças buscando a leitura e os pais e professores, todos interessados no desenvolvimento educacional e na aproximação dessas crianças com o livro.

Curiosidade – ingrediente necessário tanto para quem conta como para quem ouve, é o grande fio transparente que liga os dois extremos (transmissor e receptor).
Observação – uma maneira fundamental de perceber o universo que nos cerca, porta de entrada para o enriquecimento do imaginário e de sua produção, principalmente dos ouvintes.
Afetividade – elemento essencial e inerente ao ato de contar histórias, pois o contador ao ter o primeiro impulso de encontro com os ouvintes prepara aquele instante (com grande carga de doação; em pensamentos, palavras e ações), e leva a história ao receptor por meio das palavras, do som das palavras. Utiliza-se de variações vocais (modulações na voz) e desta forma “afeta” os ouvintes de forma significativa. É possível afirmar inclusive que aquele momento fica eternizado na memória associativa dos ouvintes, fazendo-os registrar uma experiência que dificilmente será apagada da memória.
Fonte: SILVA, Fabiano Couto da. Bibliotecários especialistas: guia de especialidades e recursos informacionais. Brasília: Thesaurus, 2005. 264p.
Raimundo Soares
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