A LEITURA LIBERTA...

segunda-feira, 23 de abril de 2012
 E isso não é clichê bibliotecário não! É fato. 
   
   Como boa bibliotecária que pretendo ser vou compartilhar com vocês uma matéria que li em uma revista que destaca a importância da leitura para sociedade. A reportagem trata do PROJETO REMISSÃO PELA LEITURA, uma iniciativa do Ministério da Justiça que busca tirar presos da ociosidade, contribuindo com sua ressocialização. Trata-se de uma entrevista com Arcelino Vieira Damasceno, Diretor do Sistema Penitenciário Federal, procurarei aqui destacar os pontos mais importantes.



   Chamou-me muita atenção a frase inicial da matéria:

“Presos considerados de alta periculosidade, cada vez mais, vêm alcançando a ‘liberdade’ por meio da leitura”.

   Certamente uma frase instigante que transmite a idéia central do projeto: REMISSÃO e esta “liberdade” certamente não é só carcerária, a ideia é que os presos libertem suas mentes e cheguem renovados à sociedade.


   E como funciona o projeto?

   Bom como já mencionei é um projeto do Ministério da Justiça desenvolvido em 2009 em presídios de segurança máxima nas cidades de Catanduvas (Paraná) e Campo grande (Mato Groso do Sul), segundo a matéria, o acervo atual do projeto é de 3.592 livros em Catanduvas e 2.958 em Campo Grande, estes são adquiridos por doação de familiares dos presos e de órgãos como o Ministério da Educação, Ministério da Cultura e Ministério do desenvolvimento agrário. O acervo é composto de obras como A cabana, O símbolo perdido, A saga crepúsculo, crime e castigo.

   
   Além da redução da pena por freqüentarem a escola, Os presos também adquirem esta remissão por meio de resenhas das obras lidas. Em Catanduvas são reduzidos 4 dias da pena para 12 dias de atividade envolvendo a leitura e a elaboração das resenhas que são avaliadas por uma comissão formada por assistentes sociais, pedagogos, psicólogos  e terapeutas que trabalham voluntariamente e o autor da melhor resenha ganha mais um dia de redução.

   O mais interessante é que ao ser questionado sobre a existência de bibliotecas o diretor Arcelino responde que o projeto prevê a criação de bibliotecas que acomodam o acervo de livros, nos presídios. O projeto visa sua ampliação a outros presídios de segurança máxima.

   O diretor ainda destaca que os presos ficam reclusos em selas individuais e a leitura antes de ser uma forma de redução de pena, é uma forma de ocupar o tempo dos presos, desenvolver o intelecto dos mesmos e contribuir para que a prisão, o cárcere não se torne uma “escola do crime” e não devolva a sociedade, novos criminosos, mas novos cidadãos.

   O projeto é certamente um grande trabalho de inclusão que merece a atenção de nós bibliotecários e que deve ser incentivado para a promoção da leitura, das bibliotecas e sua contribuição social à sociedade.

REFERÊNCIA

REMISSÃO pela leitura. Justiça e cidadania, Rio de janeiro, n. 140, p. 32-33, abr. 2012.


Ana Paula Lopes

1 comentários:

italo lima disse...

Lindo projeto!
estão todos de parabéns por essa iniciativa.

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