Acessibilidade

domingo, 29 de maio de 2011
A Escola Municipal Padre Antônio Henrique, em Recife (PE), criou uma biblioteca multimídia com livros infantis, materiais didáticos e clássicos da literatura brasileira contados em libras. Nos cerca de 100 CDs do acervo, os alunos com deficiência auditiva podem assistir um contador de histórias narrando Iracema, de José de Alencar, A Cartomante, de Machado de Assis, O Gato de Botas ou A Branca de Neve.

Para facilitar a contação de histórias, a escola, que tem 26% dos alunos com deficiência, interligou o laboratório de informática com a biblioteca e capacitou os funcionários para conversarem em libras com os alunos que não ouvem. Os CDs foram doados pelo Ministério da Educação (MEC) que avaliou que a escola implanta políticas inclusivas eficientes.


O colégio, que nasceu de um movimento de professores que buscavam educação de qualidade para surdos, implantou uma sexta aula, na qual todos os alunos, com deficiência ou não, estudam libras. As crianças surdas que não dominam o idioma recebem aulas extras no contra turno das atividades escolares. O sinal, além de sonoro, acende luz para indicar o começo ou o término do intervalo.

Na escola estudam, ainda, alunos de ensino fundamental com baixa visão. Eles também têm uma biblioteca adaptada, que conta até com a Constituição em braile. Toda sinalização da escola, como o número das salas e as indicações dos banheiros, são escritas em braile e o chão é em alto relevo para facilitar a locomoção dos alunos. Os que têm mais dificuldade de caminhar sozinhos recebem aulas de locomoção.

“As políticas inclusivas precisam ser pensadas pela questão dos direitos humanos e da antropologia, levando em conta que os surdos são uma comunidade que tem uma linguagem e uma cultura própria e que são apitos para qualquer atividade”, avalia a diretora da escola Maria de Fátima Ribeiro, que apresentou as políticas inclusivas da escola no Encontro Internacional de Educação, na última semana, em Osasco (SP). 

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