Idealizada pelo professor Tadeu Feitosa, do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Ceará, a "Biblioteca Comunitária do Benfica e Gentilândia"
São muitos os papeis de uma biblioteca pública além daquele mais imediatamente reconhecido - a saber, o de manter disponível para consulta livros e documentos diversos, sob determinado sistema de organização. Sua função passa ainda, por exemplo, pela formação de leitores e a preservação da memória. Nesse âmbito, destacam-se as chamadas bibliotecas comunitárias, cujo acervo relaciona-se a uma localidade específica e seus moradores.
Em Fortaleza, uma iniciativa nesses moldes começa a estruturar-se e a ganhar destaque. Idealizada pelo professor Tadeu Feitosa, do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Ceará, a "Biblioteca Comunitária do Benfica e Gentilândia" visa contribuir para a construção e o resguardo da memória dos referidos bairros, por meio da elaboração de um acervo de livros, vídeos, registros sonoros, fotografias e outros.
"Trata-se de um projeto de extensão que eu coordeno desde janeiro de 2008. Ele vem atender a uma demanda antiga dos moradores da Gentilândia e do Benfica, que desejam ter um espaço onde possam armazenar, organizar e consultar informações culturais sobre os bairros", explica Feitosa.
"Assim, o projeto vem mapeando o perfil cultural dos dois bairros, a fim de realçar suas marcas tradicionais, memoriais e identitárias, por meio de entrevistas com moradores antigos e atuais, comerciantes, boêmios, feirantes, artistas e intelectuais. Cada depoimento é filmado, fotografado e transcrito", ressalta o coordenador.
Segundo ele, a ideia é criar um acervo construído pelos próprios moradores. "Em 2009 e 2010 centramos a pesquisa de campo apenas na Gentilândia, com grande colaboração de muitos moradores. Mas em 2011e 2012 contemplaremos o Benfica também", adianta.
"Todo o material reunido serve tanto para alimentar a própria pesquisa como para montar o acervo sonoro, visual e bibliográfico da biblioteca. O objetivo é torná-la um espaço democrático de convivência, de leitura e conhecimento, onde as pessoas busquem mas também produzam informações, como sujeitos ativos", esclarece o professor.
A ideia, portanto, é que essas histórias e depoimentos sejam confrontadas entre si e com o material de livros, revistas e outros documentos do acervo. (...)
"Biblioteca Comunitária do Benfica e Gentilândia" (Ceará)
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