A mãe de Benjamin morre ao dar à luz, em 1918, no último dia da I Guerra – e morre por um bebê que seu pai considera monstruoso. Como logo se verificará, o recém-nascido tem a saúde de um octogenário: enrugado, cegado pela catarata e calcificado pela artrose, ele parece estar não nos primeiros, mas nos últimos dias de vida. Abandonado pelo pai, por coincidência, à porta de um asilo de idosos, Benjamin é adotado pela dona, a negra Queenie. E em vez de morrer sobrevive, rejuvenescendo um pouco a cada ano. Adaptado do conto homônimo de F. Scott,
é um
filme inspirado por uma ideia arrebatadora: a de uma velhice em que se tem
todos os dias pela frente, e em que o tempo, em vez de punir, acalenta.
Interpretado por Brad Pitt com o mesmo espírito inquisitivo já demonstrado em O
Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, esse personagem
estranho não é simplesmente uma criança no corpo de um velho. É alguém que, por
força dessa circunstância, percorre também a experiência humana no seu sentido
inverso. Vai conviver primeiro com a degenerescência e a morte, as presenças
constantes no asilo; depois entenderá a maturidade e seus arrependimentos, na
amizade com o Capitão Mike (o excelente Jared Harris), que o emprega em seu
rebocador, e no romance com a amargurada esposa de um diplomata estacionado na
Rússia (Tilda Swinton); e só então atravessará a intoxicação da juventude, na
paixão finalmente realizada com a ruiva de olhos azuis Daisy (Cate Blanchett),
que conhecera quando ele era velho e ela, menina.
Isabela Boscov
Fonte:http://arquivoetc.blogspot.com/2009/01/o-curioso-caso-de-benjamin-button-de.html
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