Bibliotecas: a saga universitária!
Se a um lugar onde muito se busca, se consome e se produz informação, este lugar certamente é a universidade, pelo menos é o que se espera destes centros de educação que trazem em sua essência o ideal de difundir e formar conhecimento. E, consequentemente, a biblioteca universitária aparece como uma extensão de tudo isso, ou melhor, um meio para atingir este ideal.
Como parte integrante desse processo educativo, a biblioteca deve estar em consonância com o que propõe a universidade, novos cursos, novas formas de ensino, novos suportes de informação, mas não tem sido fácil acompanhar as mudanças incorporadas pelas universidades que, na maioria das vezes, alteram seus propósitos sem avaliar sua real capacidade de atender aos mesmos. E como ficam as bibliotecas? Correndo atrás do prejuízo...
Na corrida desenfreada pela expansão do ensino, criam-se universidades e universidades; públicas e privadas; ensino presencial e à distância, aliás, este método de ensino tem se fortalecido e se difundido de forma surpreendente. O Censo da Educação Superior 2011 realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) revela essa grande expansão do ensino, são 2.365 instituições de ensino superior; 6.739.689 matriculas na graduação, destas 5.746.762 ensino presencial e 992.927 na educação a distância. Disponível em:< http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/resumo_tecnico/resumo_tecnico_censo_educacao_superior_2011.pdf>. A preocupação é que nem sempre expansão e qualificação andam juntas neste processo.
Dziekaniak (2009, p. 34) coloca: Não se concebe mais a educação apenas transmitir conhecimentos, mas sim, fornecer subsídios para que cada indivíduo construa suas idéias e descubra/desenvolva seu potencial. Diante desse cenário, cabe à biblioteca assumir e desempenhar seu papel de ator principal no processo educacional, e para que isso ocorra, uma adequada estrutura é condição necessária, e isso envolve uma série de requisitos básicos, tais como recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos apropriados [...]”
Falando em novas demanda informacionais, Murilo Bastos Cunha em seu artigo A biblioteca universitária na encruzilhada nos faz questionar como serão os universitários do futuro e as suas necessidades de informação? Eles vão querer as coisas por via eletrônica, fáceis de serem usadas e manipuladas? Teremos que ter leitores de livros eletrônicos [e-book reader] para empréstimo? , coloca que a indagação: “Cadê o pdf?” está sendo um comportamento do estudante universitário.
Este novo contexto traz também essa “pressão” para o digital que é uma discussão inevitável para quem está à frente de uma unidade de informação e que é um passo importante a ser dado pelas bibliotecas para permanecerem como fontes úteis de informação, mas um passo “firme” e não “desenfreado”, como se está dando por ai, dentro das necessidades e possibilidades de cada instituição.
A saga é árdua, porém necessária aos que acreditam no valor da informação!
Ana Paula Lopes
REFERÊNCIAS:
DZIEKANIAK, Cibele Vasconcelos. Sistema de gestão para biblioteca universitária (SGBU). TransInformação, Campinas, 21(1): 33-54, jan./abr., 2009. Disponível em:< http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/transinfo/article/view/517/497>. Acesso em: 21 jul. 2013.
CUNHA. Murilo Bastos da . A biblioteca universitária na encruzilhada. DataGramaZero, v.11 n.6 dez/10 . Disponível em:< http://www.dgz.org.br/dez10/Art_07.htm>. Acesso em: 21 jul. 2013.
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