O livro traz uma série de pesquisas que tentam comprovar que ler sem pressa é muito mais prazeroso, e para isso, o autor examina leituras de diferentes vertentes, como religião e política, e compara com a "literatura de internet".
A psicologia e a neurofisiologia também são ciências usadas por Miedema na tentativa de explicação para a importância da leitura lenta. "Não se pode sucumbir à ‘twitterização’ da literatura, ao ‘curto é bonito’ a todo o custo", acredita o autor.
Também há uma breve explicação das razões que não deixaram os livros impressos morrerem. É aí que o Slow Reading tenta se afastar o máximo possível de qualquer equipamento tecnológico. Segundo o autor "somente um livro pode resgatar o prazer genuíno da leitura".
Mas a iniciativa de Miedema deve encontrar obstáculos, principalmente nas crianças e adolescentes que cresceram imersos na literatura que usa como base tablets, celulares e o computador. Uma pesquisa do ano passado do jornal "The Guardian" indicou que mais de 50% dos estudantes ingleses não consegue se concentrar em um mesmo texto por mais de um minuto e meio.
John Miedena convive de perto com os avanços tecnológicos cada vez mais rápidos. Trabalha em uma multinacional especializada em tecnologia, mas estuda biblioteconomia no Canadá. "Se você quiser entender o que um texto diz verdadeiramente, se quiser interiorizá-lo, se quiser sentir dentro de você a voz do escritor, deve lê-lo lentamente", afirma, em material de divulgação de seu livro no Brasil.
Contras
Apesar da iniciativa de Miedena, outros pesquisadores reprovam a ideia do Slow Reading. No livro "Como falar dos livros que não lemos", o professor de literatura francesa Pierre Bayard comenta que é possível ter uma conversa apaixonada sobre uma obra somente com a leitura de resumos e resenhas.
Trecho
"Parece que todos querem que leiamos comunicados. Nossa atenção é atraída de uma pequena informação para a seguinte. Não se pode dizer que isso pareça leitura. Dizemos que somos multitarefa, mas na verdade só podemos dar uma atenção razoável a uma coisa de cada vez. Vamos para trás e para a frente rapidamente, convocando nossos recursos cognitivos para um estímulo apenas para o largar pelo próximo. Na melhor das hipóteses, essa estratégia é ineficiente. Se pelo menos pudéssemos ler mais rapidamente, pensamos, poderíamos controlar tudo".
Slow Reading: Os benefícios e o prazer da leitura sem pressa
De John Miedema
Tradução: Cristina Cupertino
Editora Octavo
128 páginas
De John Miedema
Tradução: Cristina Cupertino
Editora Octavo
128 páginas
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