Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga - DF, vem mudando a vida de muitos portadores de deficiências visuais

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
A biblioteca possui um acervo variado, com mais de 2 mil exemplares na escrita adaptada. Oferece ainda por volta de 70 áudios de livros, especialmente de literatura. Mas ainda não é o suficiente para suprir as necessidades dos frequentadores, sedentos por conhecimento. Desde a fundação do espaço, há 15 anos, existem os ledores. 

A disposição em ajudar mudou a vida de muita gente. Antes de conhecer esse serviço, o morador de Taguatinga Nivaldo Alves dos Santos, 62 anos, deficiente visual, sentia-se isolado, mal saía de casa. Quando passou a frequentar o espaço, conheceu o braille. Descobriu-se capaz de ler e de escrever, expressar ideias e sentimentos. Com a figura do ledor, ganhou um incentivo para voltar a estudar. Hoje, cursa o ensino médio. “Venho à biblioteca todos os dias. Não me imagino sem isso aqui”, afirmou. 

Nivaldo tem dezenas de colegas com a mesma história de mudança para contar. Entre eles, uma família inteira, composta por três deficientes visuais, moradores do Riacho Fundo 2: Noeme, 50 anos, a mãe; Rafael, 50, o pai; e Luiz Felippe, 10, o filho do casal. Todos reforçam os estudos na Biblioteca Braille e em casa, com ajuda de ledores e de materiais elaborados por eles. Os três montam também espetáculos teatrais para apresentar em escolas. Querem promover a inclusão, ao mostrar, por meio da própria história de vida, que o cego é capaz de muitas realizações.  (...)

Voluntariado
Com estrutura física reduzida, não é possível atender vários deficientes visuais ao mesmo tempo. “Trabalhamos em uma sala só, com duas mesas e cadeiras. Ficaria muito barulho, todo mundo lendo junto de uma vez. Acabaria atrapalhando uns aos outros”, atentou Leonilde Fontes.
Assim, quem está disposto a doar-se como ledor, mas não tem tempo ou não quer ir até Taguatinga, pode ajudar sem sair de casa. “Sempre precisamos de gente para ler e gravar em arquivo de computador o conteúdo de várias publicações. É muito simples, o programa de computador é gratuito e muito fácil de usar”, ensinou Leonilde. A Biblioteca Braille é assim: uma rede de conhecimentos onde todos são capazes de ajudar. Ali, o conhecimento e o ser humano estão sempre em expansão.

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