Com tablets, empréstimo de livros virtuais é desafio para bibliotecas

sábado, 1 de outubro de 2011
Com a popularização dos e-readers (leitores eletrônicos) entre alunos, o empréstimo de livros nas escolas brasileiras passa por um processo de adaptação. Colégios públicos e particulares investem e incentivam o uso de tablets e similares, e os estudantes começam a se familiarizar com a leitura de textos virtuais em dispositivos portáteis. Mas como as bibliotecas estão lidando com essa nova plataforma de leitura?

Com a popularização dos tablets, o empréstimo de livros virtuais virou um desafio para as bibliotecas. Foto: Getty Images
Na 15ª Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, ocorrida no início de setembro, dois dias foram dedicados à discussão do papel da biblioteca no empréstimo de e-books, da democratização no acesso à leitura e dos desafios impostos com o surgimento de novas tecnologias, um cenário inimaginável há menos de duas décadas, quando existiam poucos aparelhos e eles ainda eram grandes e caros.

 
Conforme explica o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, há duas linhas principais em estudo que se apresentam como possibilidades para implantação de uma biblioteca para empréstimo de e-books no Brasil. "Uma delas, que vigora na Europa e nos Estados Unidos, indica o empréstimo de livros que são baixados e, depois de alguns dias, desaparecem do suporte utilizado, fazendo com que termine o prazo de uso. A outra se daria por meio do ciberespaço, da chamada 'nuvem'. Dentro desse conceito, os livros ficariam em uma rede disponível a todos e o leitor não chega a baixar os arquivos. Neste caso, haveria a necessidade de pagar uma mensalidade para que o usuário acessasse as obras".

 
Desde o último dia 5, a Gol Editora já disponibiliza uma biblioteca virtual no endereço www.nuvemdelivros.com.br. "Temos dados que nos propiciam fazer uma biblioteca em nuvem no Brasil, e fazendo com que isso seja popular. O País é o terceiro mercado de computadores do mundo e tem a quinta maior planta de celulares, com mais aparelhos do que habitantes. Esses são fatores que favorecem a implantação de uma rede para a leitura virtual", afirma Jonas Suassuna, presidente do grupo, que pretende disponibilizar seis mil obras a partir de outubro ao custo de R$ 0,99 por semana.

 
Esse modelo, no entanto, não é unanimidade. "O Brasil é um muito País muito grande e com peculiaridades bem distintas em cada região. Creio que para alcançarmos a tão falada inclusão digital, o ideal seria que o empréstimo de livros virtuais fosse gratuito, como nas bibliotecas convencionais", detalha a professora do curso de biblioteconomia da Universidade Federal de Brasília (UnB), Mônica Regina Perez.
  

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